A rede de moda sueca H&M fechou contrato para o seu primeiro centro de distribuição no Brasil na cidade de Extrema, em Minas Gerais, um dos principais polos de logística e distribuição utilizado pelas varejistas e indústrias de consumo no país. Segundo o Valor apurou, a área deve ser operada pelo grupo francês ID Logistics, que já assinou o contrato com a empresa no começo deste ano.
Pelas condições do acordo, a área de armazenagem, localizada na rodovia Fernão Dias, crescerá ao longo do contrato de longo prazo, passando inicialmente de 24 mil metros quadrados e 150 funcionários no local para 43 mil metros quadrados e 350 funcionários.
Para efeito de comparação, a Lojas Renner tem o seu maior centro em Cajamar (SP), com pouco mais de 150 mil metros quadrados de espaço para armazenagem para as suas 450 lojas e venda digital.
A ID Logistics deve operar os serviços de distribuição e logística para as lojas e para a venda on-line, diz uma fonte.
Em anúncio de resultados global do primeiro trimestre, publicado na quarta-feira (23), a ID Logistics informou que fechou um grande acordo no Brasil, em Minas Gerais, e a parceria deve ser importante para seus resultados na região, sem detalhar as informações apuradas pela reportagem.
A estrutura criada deve armazenar importações oriundas da Ásia, especialmente da China, além, Bangladesh e Vietnã, e também da Índia, principais polos produtores da marca no mundo. A H&M trabalha com cerca de 570 fornecedores de produtos em 1,1 mil fábricas, segundo comunicado global da rede.
Apesar dessa cadeia de fornecimento ampla, haveria intenção da companhia de comprar mercadorias de fabricantes locais em segmentos em que o Brasil é competitivo internacionalmente, como malha e jeans, dizem fontes.
Nesta semana, como noticiado pelo Valor, a cadeia de moda sueca informou que abrirá a sua quarta unidade no Brasil, no MorumbiShopping, empreendimento do Grupo Multiplan, em SP.
Outras três já foram confirmadas, mas nenhuma está em operação ainda.
A unidade será ainda a terceira da marca na capital paulista, que também receberá lojas nos shoppings Iguatemi e Anália Franco.
Além delas, a companhia informou, em março, a abertura de um ponto físico em Campinas (SP), no Shopping Dom Pedro. Todas devem ser inauguradas no segundo semestre de 2025, diz a empresa.
A possibilidade de ampliar no Brasil a comercialização de itens da China, principal base de produção da H&M no mundo, ocorre num momento de reorganização da base de produção e comercialização das varejistas no mundo, e busca das empresas de moda estrangeiras por novos canais de venda.
Por conta do "tarifaço" anunciado pelo governo de Donald Trump neste mês, as varejistas de comércio eletrônico internacionais terão um aumento no imposto de importação nos Estados Unidos de zero para 30% do valor da remessa após maio.
Isso deve tornar menos competitiva a venda de produtos da Ásia para os EUA, o que tem obrigado as redes e os lojistas a discutir planos para redirecionar mercadorias para outros mercados, inclusive para mercados emergentes.
Procurada, a H&M ainda não se manifestou. A ID Logistics também não comentou o tema até o momento.
Fonte: Valor Econômico