O mercado brasileiro de frete e logística projeta alta significativa nos próximos anos. Segundo dados da Cobli, o setor deve passar de US$ 104,79 bilhões em 2024 para US$ 129,34 bilhões até 2029, impulsionado pelo crescimento do e-commerce e por inovações tecnológicas.
No cenário global, a Mordor Intelligence estima que o mercado de frete e logística atingirá US$ 7,54 trilhões em 2029, partindo de US$ 6,03 trilhões em 2024. A taxa média de crescimento anual prevista é de 4,57%.
No Brasil, a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) aponta que os gastos com transporte superaram os R$ 940 bilhões em 2023. Isso representa alta de quase 7% em comparação com o ano anterior.
Segundo Adriano Santos, country manager da Vanderlande Brasil, o avanço do comércio eletrônico tem exigido operações logísticas mais ágeis. Esse movimento atrai investidores interessados em diversificar portfólios com foco em negócios com retorno consistente.
Automação cresce e muda a dinâmica operacional
A digitalização da logística tem acelerado a adoção de soluções automatizadas. Estudo da Mordor Intelligence indica que o mercado global de automação logística, avaliado em US$ 75,24 bilhões, deve atingir US$ 120,63 bilhões em cinco anos. A taxa média de crescimento anual é de 9,9%.
A ampliação do e-commerce e a busca por maior velocidade operacional contribuem para esse avanço. Entre as tecnologias utilizadas estão sistemas de Robotic Process Automation (RPA), integrados aos ERPs das empresas.
A Massimo Consulting, por exemplo, implementou uma solução de automação em uma multinacional varejista. O projeto eliminou correções manuais e reduziu em 60% o tempo de processamento de pedidos na primeira fase.
Para Adriano Santos, a automação e a inteligência artificial já permitem otimizar rotas, automatizar armazéns, prever estoques e elevar a segurança nas operações.
Distribuidores aumentam investimentos em tecnologia
A pesquisa “How Possible Happens”, feita pela Infor com 3.600 empresas de 15 países, aponta que 81% dos distribuidores brasileiros esperam crescimento de até 20% na produtividade nos próximos cinco anos.
Além disso, 78% pretendem ampliar os aportes em tecnologia no mesmo período. O levantamento mostra ainda que 79% dos executivos brasileiros consideram o uso de tecnologias avançadas um fator determinante para os resultados futuros.
Após a pandemia, as empresas passaram a adotar uma gestão mais precisa da cadeia de suprimentos. A escassez de mão de obra qualificada também influenciou na decisão de acelerar a digitalização.
Ao mesmo tempo, empresas enfrentam desafios como a alta no custo do combustível e a necessidade de otimizar rotas. Para isso, soluções como tags de pedágio têm sido incorporadas à gestão de frotas, ajudando a reduzir gastos operacionais.
Comércio eletrônico amplia demanda por transporte ágil
A alta no volume de compras online segue como o principal vetor da transformação logística. A demanda por entregas rápidas e sob demanda impulsiona o uso de modelos logísticos mais flexíveis.
Com isso, as empresas conseguem maior agilidade e custos operacionais reduzidos em comparação ao transporte tradicional de grandes cargas.
Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios como concorrência intensa, controle de despesas operacionais e necessidade contínua de modernização tecnológica.
Logística lidera geração de empregos formais
Segundo o “Mapa do Trabalho Industrial 2025-2027”, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), os setores de logística e transporte devem liderar a criação de vagas até 2027. A projeção supera os 8 milhões de postos formais.
Entre janeiro e outubro de 2024, o segmento registrou 66,7 mil contratações, de acordo com o Banco Nacional de Empregos (BNE). O volume representa alta de 94,7% frente ao mesmo período do ano anterior, segundo a ABOL.
Fonte: Carta Capital