03/04/2024

Transporte de produtos para a Saúde: o desafio da cadeia fria

 Transporte de produtos para a Saúde: o desafio da cadeia fria



Por Paulo Bastos, Gerente de Soluções da Luft Healthcare


No mercado de logística da cadeia fria, a área da Saúde se destaca como uma das mais desafiadoras. Isso se deve ao fato de que os produtos desse segmento, como vacinas, medicamentos, sangue, órgãos e tecidos, são essenciais para a vida e, portanto, devem ser transportados e armazenados com todo o cuidado e qualidade. A demanda vem aumentando nos últimos anos, devido a fatores como crescimento populacional, envelhecimento da população, surgimento de novas doenças e expansão dos programas de imunização. 


Mercado brasileiro 
O mercado de logística da cadeia fria no Brasil é um dos maiores e mais dinâmicos da América Latina. De acordo com a Mordor Intelligence, ele movimentou US$ 2,42 bilhões em 2023, devendo atingir US$ 3,92 bilhões em 2028.  


Complexidade das operações 
Variações errôneas de temperatura podem gerar a perda da eficácia ou até mesmo tornar produtos prejudiciais. As operações precisam ser planejadas e executadas com precisão, confiabilidade e rigor, seguindo as normas e boas práticas do setor. Para chegar a este patamar, é preciso considerar a gestão das pessoas, qualidade, conformidade regulatória, infraestrutura, tecnologias, processos, equipamentos, inovações, sustentabilidade e treinamentos. 


Gestão de pessoas 
A gestão das pessoas é um aspecto fundamental para a cadeia fria, pois envolve a seleção, treinamento, motivação e avaliação dos profissionais que atuam nessa área. Esses profissionais devem reunir conhecimento técnico, experiência prática e comprometimento com a qualidade e a segurança dos produtos. Eles devem seguir rigorosamente as normas e boas práticas de transporte e armazenagem de produtos sensíveis à temperatura, como as Boas Práticas de Distribuição (BPD) e as diretrizes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Eles também devem estar preparados para lidar com possíveis situações de avarias, acidentes, roubos, desvios, extravios ou perdas de produtos. 


Gestão da qualidade e conformidade regulatória 
É preciso estabelecer e monitorar indicadores de desempenho, como a temperatura, umidade, luminosidade, integridade, validade e rastreabilidade dos produtos. Além disso, realizar auditorias, inspeções, testes e análises periódicas, para verificar se os processos e equipamentos estão funcionando corretamente e se os produtos estão em conformidade com as especificações técnicas e regulatórias. 


A conformidade regulatória é de extrema importância para a cadeia fria. Essas regras são definidas por órgãos como a ANVISA, o Ministério da Saúde, a Receita Federal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), entre outros. Elas visam garantir a qualidade, segurança, eficácia e legalidade dos produtos, bem como a proteção da saúde pública e do meio ambiente. 


Infraestrutura 
A infraestrutura é outro aspecto vital para cadeia fria, pois envolve a disponibilidade e a adequação das instalações, veículos, equipamentos, embalagens e sistemas que são usados. Esses recursos devem ser projetados, mantidos e operados de forma a garantir a conservação adequada dos produtos, em todas as etapas da cadeia. Eles também devem contar com medidas de segurança robustas, para evitar roubos, adulterações, contaminações ou danos. 


Tecnologias, processos e equipamentos 
As tecnologias são mais um aspecto crucial, pois permitem o monitoramento, controle, comunicação e otimização das operações logísticas. Elas incluem sistemas de refrigeração, embalagens térmicas para transporte, rastreamento, gerenciamento, informação, automação, inteligência, entre outros. Essas tecnologias permitem controlar e acompanhar em tempo real os diversos aspectos relativos aos produtos, em todas as etapas da cadeia. Elas também permitem a identificação e correção de possíveis falhas, desvios ou anomalias, de forma rápida e eficiente. 


Os processos envolvem as atividades, rotinas, procedimentos e protocolos realizados. Eles devem ser planejados, executados, monitorados e avaliados de forma a garantir a conservação adequada em todas as etapas, sempre seguindo as normas e boas práticas do setor. 


Já os equipamentos envolvem os dispositivos, ferramentas, instrumentos e materiais que são usados na logística dos produtos. Eles devem ser adequados, calibrados, validados e certificados para garantir a conservação adequada em todas as etapas da cadeia. Eles também devem ser limpos, higienizados, desinfetados e esterilizados, conforme a necessidade, para evitar contaminações ou infecções. 


Inovação  
As inovações tecnológicas envolvem as novidades, melhorias, soluções e tendências que são introduzidas na área da logística da cadeia fria. Elas podem incluir novos produtos, serviços, processos, equipamentos, tecnologias, entre outros. Elas visam aumentar a eficiência, qualidade, segurança e competitividade da cadeia fria, bem como atender às necessidades e expectativas dos clientes e consumidores. 


ESG 
A sustentabilidade é um aspecto muito importante para a cadeia fria, pois envolve a responsabilidade social, ambiental e econômica das operações logísticas. Ela inclui a promoção da saúde e do bem-estar das pessoas, redução do consumo de energia, água, combustível e materiais, diminuição das emissões de gases, reciclagem e reaproveitamento de resíduos, preservação dos recursos naturais, geração de emprego e renda, entre outros. 


Educação continuada 
Por fim, mas não menos importante, o treinamento e a educação da equipe são cruciais para garantir a qualidade e a segurança dos produtos. Além disso, os treinamentos também são necessários para manter a equipe atualizada sobre as últimas tecnologias e práticas. 



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