17/03/2021

Armazenar soja rendeu bons frutos em 2019/20

 Armazenar soja rendeu bons frutos em 2019/20


A gestão eficiente de estoques é uma atribuição fundamental no varejo, e muitas vezes é o que diferencia grandes empresas como Amazon e Americanas de seus concorrentes.Essa prerrogativa também pode ser um fator-chave no agronegócio, como aponta pesquisa do Grupo de Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (EsalqLog). Em 2020, quem conseguiu guardar a soja colhida no começo do ano para vendê-la em novembro, por exemplo, obteve receita líquida adicional de 106,7% por saca.

De acordo com os dados levantados pelo pesquisador Fernando Rocha, uma saca de soja negociada em novembro do ano passado gerou uma receita líquida para o produtor de R$ 146,03, enquanto o mesmo grão, comercializado na época da colheita, em fevereiro, rendeu R$ 70,65. Em todos os meses subsequentes à colheita, houve ganhos.

O estudo leva em consideração os preços FOB - ou seja, sem os custos de transporte - no porto de Paranaguá (PR) para o grão que é produzido no município de Sorriso (MT). Os cálculos contemplam a diferença de preços da saca em todos os meses do ano em relação a fevereiro, a cotação do dólar em relação ao real e o “custo de oportunidade” (medido pela taxa Selic). As contas excluem também a diferença do valor do frete, que costuma cair no pós-colheita, e as despesas com a armazenagem.

“Quase sempre há um ganho para o produtor que consegue armazenar seus grãos e vender na entressafra. Mas 2020 foi atípico, com ganhos realmente elevados diante do aumento expressivo da soja no mercado internacional \[que chegou a 25% em um ano] e devido ao fator câmbio, que levou o preço em reais a dobrar no período”, afirma Rocha.

Por esses motivos, ele não acredita que o armazenamento da oleaginosa vá gerar ganhos tão expressivos em 2021. “Começamos o ano com a soja em patamares muito elevados no mercado internacional e com o dólar muito depreciado em relação ao real. A situação não deve se manter assim ao longo dos próximos meses”, acredita o pesquisador.

Ainda assim, Rocha ressalta que ter um armazém para guardar a produção pode ser um diferencial importante para que o produtor possa aproveitar janelas estreitas de oportunidade. “O produtor brasileiro costuma vender rapidamente por não ter onde guardar o grão e, embora não acreditemos que vá ocorrer neste ano um reajuste de valores tão expressivo, um pico de cotações em Chicago ou do dólar sempre pode ser rentável para quem tem a soja nas mãos”, afirma ele.

Segundo o pesquisador, em 2019, a alta na rentabilidade com armazenagem ocorreu também em novembro, com ganho líquido de 8,7%. No ano anterior, foi em setembro a maior alta para quem guardou a soja, com elevação na receita líquida de 30,2%. Em 2017, os valores da oleaginosa e do câmbio ficaram praticamente estáveis, reduzindo a lucratividade com com armazenagem, e nos anos anteriores a variação chegou a 10% em alguns meses, sempre levando-se em consideração a colheita em fevereiro.

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