Entender os impactos ambientais causados pelas atividades de uma empresa está se tornando algo cada vez mais necessário, tanto para a preservação do planeta quanto por questões estratégicas e econômicas. Nesse contexto, a Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL) irá lançar a segunda edição do “Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE)”.
Segundo a associação, ser sustentável se tornou um diferencial competitivo, principalmente nos setores historicamente conhecidos pela alta emissão de poluentes na atmosfera, como o transporte de cargas.
Para o diretor de ESG da ABOL e head de Sustentabilidade da Bravo, Marcos Azevedo, a agenda ambiental deixou de ser periférica e passou a integrar a gestão corporativa.
“Cerca de 77% das empresas têm inventários, o que é bastante relevante. Os associados estão evoluindo, fazendo diagnósticos cada vez mais completos e com metas agressivas”, explicou o executivo.
INVENTÁRIO DE EMISSÕES GASES DE EFEITO ESTUFA
De acordo com Azevedo, um levantamento confiável permite transparência, acesso a provedores de capital e preparação para o mercado regulado de carbono, uma realidade nos próximos anos. O II Inventário GEE da ABOL, elaborado em parceria com o Instituto Via Green, será divulgado com a participação de 22 empresas associadas.
A primeira edição, lançada no ano passado, revelou que a queima de combustíveis fósseis, em especial o diesel, foi identificada como a principal fonte de emissões. Ao todo, as emissões contabilizadas chegaram a 973.987 tCO2e, incluindo 93.741 tCO2bio provenientes de fontes naturais.
O diretor de ESG da ABOL destacou que o Brasil é um país com grande relevância ambiental, mas que enfrenta desafios, como o uso intensivo do transporte rodoviário movido a diesel e o desmatamento. “Isso reforça a importância da medição das emissões no setor logístico, para que possamos identificar e implementar medidas eficazes de redução”, complementou.
SISTEMA BRASILEIRO DE COMÉRCIO DE EMISSÕES (SBCE)
O executivo explicou que atualmente o reporte de emissões é ainda voluntário, por não haver uma legislação específica. Porém, isso deve mudar com o avanço da regulamentação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), que estabelece o marco regulatório do mercado de carbono no Brasil e foi instituído pela Lei nº 15.042, de 11 de dezembro de 2024.
A legislação obrigará empresas que liberarem mais de 10 mil toneladas de GEE por ano a medir e informar esses dados. Além disso, aquelas acima de 25 mil toneladas entrarão diretamente no mercado regulado, sujeitas a metas de redução e compensação.
A política pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e estimular inovações tecnológicas de baixo carbono.
Fonte: Mundo Logística