03/04/2025

Mulheres avançam no setor Logístico, mas desafios persistem nas altas lideranças

 Mulheres avançam no setor Logístico, mas desafios persistem nas altas lideranças



Embora o relatório Women in Business 2025 indique uma desaceleração na crescente participação feminina em cargos de liderança o setor logístico brasileiro, representado pela Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (ABOL), tem mostrado avanços significativos na inclusão de mulheres em diversas funções. Atualmente, muitas empresas do setor já atingem a paridade de gênero em suas equipes, com 50% ou mais de colaboradoras, e contam com mulheres em posições estratégicas, como supervisoras, coordenadoras, gerentes e diretoras. Algumas empresas, por exemplo, chegam a registrar quase 150 mulheres em cargos elevados. No entanto, ainda há um longo caminho para que a presença feminina se consolide nos níveis mais altos de decisão.


De acordo com uma pesquisa recente realizada pela ABOL com suas filiadas, 30% dos respondentes acreditam que a presença de mulheres nas lideranças contribui para uma gestão mais eficiente de equipes e processos. Já 20% afirmam que a diversidade de gênero promove uma cultura mais inclusiva e equilibrada, e 10% destacam que as mulheres trazem mais foco em políticas de bem-estar e desenvolvimento de pessoas. Os outros 40% dos entrevistados compartilham opiniões semelhantes, acrescentando que as mulheres contribuem com mais diversidade de pensamento, inovação e sensibilidade para questões sociais e ambientais.


A Diretora Executiva da ABOL, Marcella Cunha, enfatiza que, embora haja avanços, ainda é um desafio ver mulheres ultrapassando o nível de gerência para alcançar cargos de diretoria e presidência. “Precisamos refletir sobre os caminhos da liderança feminina e torná-los mais inclusivos”, afirma Marcella, apontando que, embora as políticas de inclusão das operadoras logísticas estejam em vigor, ainda há espaço para fortalecer a presença feminina nos altos escalões da empresa.


Marcella também comenta sobre as habilidades frequentemente atribuídas às mulheres e que hoje são cada vez mais vistas como essenciais para o sucesso nas estratégias empresariais. Ela acredita que, nas gerações mais novas, as soft skills — como empatia e uma liderança mais democrática — têm sido mais difundidas entre os homens, enquanto as mulheres também se destacam por suas habilidades analíticas e pragmáticas, que anteriormente não eram tão incentivadas.


No campo operacional, os avanços são igualmente notáveis. A pesquisa revela que 50% das empresas entrevistadas possuem até cinco motoristas do sexo feminino, e 20% delas têm mais de 20 mulheres conduzindo caminhões. O número de mulheres que operam empilhadeiras e outras máquinas de médio porte também vem crescendo nos armazéns. Essa mudança reflete uma nova mentalidade do setor, que se mostra mais receptivo à contratação de mulheres para funções antes dominadas por homens, como motoristas de carretas ou líderes de equipes operacionais.


A pesquisa também aponta que 70% dos entrevistados notam uma transformação positiva, embora 30% ainda vejam desafios pela frente. Apenas 10% dos OLs associados à ABOL percebem o mercado como altamente resistente à equidade de gênero.


Os programas de incentivo, como cursos preparatórios para motoristas e operadoras de empilhadeiras, políticas de diversidade e inclusão, além de formação e capacitação de mulheres para funções operacionais, têm sido determinantes para essa mudança. Além disso, a publicação de vagas afirmativas, a flexibilização de horários e férias, e as parcerias com instituições como a Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte) para qualificação de motoristas são práticas que contribuem para a evolução.


A pesquisa revela que a maior presença feminina, tanto nas operações quanto no topo das empresas, tem gerado impactos positivos, com 60% dos OLs observando um ambiente mais colaborativo e diverso. Já 30% afirmam que as mulheres incentivam maior atenção aos detalhes e organização. Outro dado importante é que o mesmo percentual de entrevistados acredita que a presença de mulheres contribui com maior organização e planejamento estratégico, impactando positivamente na gestão de frotas e na otimização de processos.


Esses dados indicam que a equidade de gênero, além de ser uma questão social importante, tem gerado resultados concretos no setor logístico, aumentando a eficiência e colaborando para um ambiente de trabalho mais inovador e dinâmico.



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