23/01/2025

Entrada de novos investidores no setor de rodovias deve prosseguir

 Entrada de novos investidores no setor de rodovias deve prosseguir



A proliferação de leilões de rodovias gerou uma onda de novos investidores no setor, movimento que deverá prosseguir neste ano. Em 2024, o mercado viu a entrada de grupos como a 4UM (antiga J.Malucelli), a plataforma formada por Kinea e grupo Way e a Azevedo e Travassos.


Para este ano, ainda há novos atores por vir: o BTG vem tentando conquistar seu primeiro contrato no setor, a XP e o Opportunity também já disputaram leilões, e outros grupos se preparam para investir no segmento, seja via leilões ou aquisições, como a Aenza, da IG4 Capital.


“Tem mais grupos por vir. Há muitos fundos interessados e também grupos de empreiteiras e usuários, donos de carga, empresas de transporte de passageiros se formando em blocos”, afirma Guilherme Sampaio, diretor da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que deverá assumir o comando do órgão.


Para Viviane Esse, secretária nacional de transporte rodoviário, a expectativa é que os grupos que já disputaram leilões em 2024 sigam ativos nas concorrências, e que novos atores passem a participar, em especial grupos financeiros.


No setor privado, a percepção é que o mercado rodoviário vive um ciclo raro de oportunidades. “São muitos leilões, é uma janela que não existe para sempre. Ao fim de 2025, se o governo tiver sucesso, quem quiser entrar vai ter que comprar ou esperar outro ciclo”, diz Leonardo Boguszewski, presidente da 4UM, que em 2024 conquistou a concessão da BR-381 em Minas e disputou outros leilões.


“Há muita oferta de projetos e não tanta demanda do ponto de vista do capital, diante de um mercado de investimento debilitado no Brasil. Isso abre oportunidade de entrar em um mercado menos competitivo e fazer boas operações”, afirma Paulo Mattos, sócio da gestora IG4 Capital.


Para ele, a onda de projetos federais é o principal gatilho para o atual ciclo. “Há um movimento claro do governo federal, que sempre teve um posicionamento mais dúbio. Hoje, o ministério está fazendo um trabalho estruturado, buscando capital fora do país”, diz.


Boguszewski destaca outros dois fatores. “Muitas concessões existentes venceram e agora estão sendo novamente licitadas. O segundo ponto é a situação fiscal do país, que impede por completo o poder público de fazer frente a grande parte dos investimentos.”


No ano passado, o governo federal fez o leilão de sete concessões rodoviárias, que juntas somaram R$ 48 bilhões de investimentos. Além disso, o governo de São Paulo realizou outras três licitações do setor, com mais R$ 21 bilhões de obras contratadas.


Em 2025, estão agendados dois leilões, de sete contratos, para o primeiro trimestre. Em 27 de fevereiro, o governo federal planeja licitar a chamada Rota Agro Norte, que inclui o trecho da BR-364 entre Porto Velho e Vilhena (RO), com obras estimadas em cerca de R$ 6,5 bilhões. Em 14 de março, o governo de Mato Grosso marcou a licitação de seis lotes, que juntos deverão somar R$ 7,7 bilhões.


Os governos brasileiro e argentino também correm para leiloar a nova concessão da ponte de São Borja-São Tomé. Houve uma primeira tentativa em janeiro, que foi suspensa por medida cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU). O governo trabalha para reverter os questionamentos.


Ao longo do ano, o Ministério dos Transportes também prevê leiloar diversos outros contratos, como o corredor entre Juiz de Fora (MG) e Rio de Janeiro, além dos lotes 4 e 5 de rodovias do Paraná.


Na carteira de projetos estaduais também estão previstas licitações do governo paulista - o Lote Paranapanema, a Rota Mogiana e o Circuito das Águas -, do Rio Grande do Sul, com o leilão do Bloco 2 de rodovias do Estado, e Minas Gerais tem como meta fazer cinco leilões rodoviários neste ano. Dois deles estão mais adiantados e deverão ser realizados no primeiro semestre, dos lotes Vetor Norte e Ouro Preto-Mariana.



Notícias Relacionadas
 Veículos autônomos devem movimentar US$ 45 bilhões no transporte de cargas até 2034

18/07/2025

Veículos autônomos devem movimentar US$ 45 bilhões no transporte de cargas até 2034

O uso de veículos autônomos no transporte de cargas deve ganhar escala nos próximos anos. Segundo a consultoria Precedence Research, o mercado global de entregas autônomas na etapa last (...)

Leia mais
 BBM aposta em ganhos de agregados para avançar crescimento, reduzindo custos

16/07/2025

BBM aposta em ganhos de agregados para avançar crescimento, reduzindo custos

A BBM Logística, um dos maiores operadores logísticos do Brasil, decidiu apostar na expansão do número de motoristas agregados, com aumento incentivado de seus ganhos, para ampliar prese (...)

Leia mais
 Entidade aciona Justiça para tirar privilégio dos Correios no governo Lula

15/07/2025

Entidade aciona Justiça para tirar privilégio dos Correios no governo Lula

A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) acionou a Justiça recentemente pedindo a suspensão de um decreto do presidente Lula, de 2024, que dá “preferência” à contratação d (...)

Leia mais

© 2025 ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos. CNPJ 17.298.060/0001-35

Desenvolvido por: KBR TEC

|

Comunicação: Conteúdo Empresarial

Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com os nossos Termos de Uso e Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.